O clarão da lua cheia beija as marés, e o frio da lua mistura-se ao frio da brisa, que lentamente invade a praia. As espumas trazidas pelas ondas, de mansinho tocam meu corpo, e me deixa sensível. A lembrança de você, me deixa de certa forma sufocado, o cheiro da brisa me recorda p seu cabelo molhado, o barulho de pequenas ondas, parece sua voz falando baixinho ao meu ouvido, não consigo mais disfarçar o quanto estou perdido, a sua profecia se cumpriu, e aqui estou, sozinho, mergulhado em lembranças e saudades, e você aonde estará agora, essa pergunta sem resposta me deixa triste. Distante vejo um farol com uma lanterna gigante, girando sem parar, parece até que também procura alguém, e eu penso, sorte a dele, sozinho e nunca vai sentir saudade, e segundos depois imagino que ele também é infeliz, sofrendo com os açoites do vento, o frio das noites e a areia das dunas que batem sem parar. Um casal de gaivotas param e ficam olhando para mim, como se comentassem: Ele está perdido.